2017/2021
Artista: Alexandra Ungern

O título do vídeo Neptuno, faz referência ao deus romano do mar que pode provocar terríveis tempestades ou apaziguar as ondas. É o deus das fontes e das correntes de água como também senhor das ninfas e sereias. Uma fonte com uma estatua de Neptuno, foi construída, no século passado, em uma praça na cidade que minha avó nasceu, na Eslováquia. Da janela de seu quarto todos os dias ela observava a fonte. Este trabalho surgiu de uma memória intima, de um passado distante, relacionado a uma época de uma infância feliz e em seguida uma época de guerra e sofrimento. Neptuno representa essa tempestade, essa virada radical de tempos tranquilos para tempos turbulentos.

Um cardume de peixes nada em uma só direção, um seguindo o outro enquanto, em outra tela, uma água-viva se move lentamente. A locomoção desse animal marinho ocorre por contrações do corpo e elas são tão leves que podem ser levadas facilmente por correntes marinhas. Ao som de uma capela em uma igreja muito antiga, o ranger dos bancos anunciam a presença de pessoas que se movem em seus assentos. A anunciação de um perigo se instala diante da melodia de uma canção que revela o apego as crenças e a família. Pessoas livres e inocentes seriam aprisionadas e suas vidas destruídas. O relato em alemão, vem a seguir, da perca de tudo, de não sobrar nada, nada…

2020
Artista: Alexandra Ungern

O ambiente cênico é banal. Estimula um lugar de provocação, dialogando com o que conhecemos como familiar: elementos que cruzamos em casa ou nas ruas da cidade. O tijolo, o papelão, o azulejo, o prato e os grãos estão presentes no trivial. O básico da alimentação e da moradia. O movimento de queda dos grãos, traz uma ideia de avalanche, de perigo. O som das sementes caindo sobre o prato remete à chuva, aludindo à natureza. Ao final, não enxergamos mais o ambiente, a cena desaparece e somente os detalhes do granulo de arroz são percebidos: tão próximo da lente, que podem ser notados como se fossem indivíduos (personagens).

2016
Artista: Alexandra Ungern

O vídeo deve ser reproduzido em uma TV de tubo antiga.

Vídeo produzido durante a residência artística de Alexandra Ungern, na Hungria, na D’Clinic Studios em Zalaegerszeg em outubro de 2016. It Once Was… foi construído com uma foto do passado sobreposta com uma filmagem do presente. As plantas da fotografia são as mesmas daquelas do presente criando assim esta ambiguidade, passado/presente-presente/passado. Trata-se de uma foto de 1940, de propriedade da artista.

Este trabalho toma como referência o romance “A Invenção de Morel” (Adolfo Bioy Casares) publicado originalmente em 1940. Um fugitivo torna-se recluso em uma ilha deserta para fugir de uma condenação judicial. Durante a sua estadia, tentando escapar dos moradores da ilha, encontra-se no limite entre a imaginação e a realidade, onde uma máquina produz projeções de pessoas que não existem mais.

Video produced during Alexandra Ungern’s artist residency in Hungary at D’Clinic Studios in October 2016. It Once Was… was constructed with a photo of the past overlaid with footage from the present. The plants in the photograph are the same as those of the present, thus creating this ambiguity, past/present-present/past. This is a Family photo from 1940, owned by the artist.

This work takes as reference the novel “The invention of Morel” (Adolfo Bioy Casares) originally published in 1940. A fugitive becomes recluse on a desert island to escape a judicial conviction. During his stay, trying to escape from the island’s inhabitants, he finds himself on the edge between imagination and reality, where a machine produces projections of people who no longer exist.

2015
Artista: Alexandra Ungern

Die Fliege [A Mosca] concentrates on a single moment in the life of an ordinary fly, shifting the viewer’s gaze empathically to a microscopic scale.

“Die Fliege [A Mosca]” se concentra em um único momento na vida de uma mosca comum, deslocando o olhar do espectador empaticamente a uma escala microscópica.

2015
Artista: Alexandra Ungern

O vídeo apresenta um animal corriqueiro, conhecido por todos através dos séculos. Um dos animais mais comuns do mundo: a mosca. Ela se apresenta movimentando-se como em uma dança, com movimentos cadenciados ao som da musica Pour Elise do compositor alemão, Ludvig van Beethoven. Se trata de uma musica bastante popular entre apreciadores da musica clássica. Entre os iniciantes ela é muito tocada e todos que aprendem piano, chegam a toca-la eventualmente. A contaminação da música se relaciona com as moscas que também contaminam, ambos pertencendo ao cotidiano humano através dos séculos.

2015
Artista: Alexandra Ungern

Nas bandejas de isopor estão coladas imagens de uma variedade de imagens de moscas encontradas na internet. Existe uma presença cada vez maior destas bandejas no comercio de alimentos, portanto as bandejas tornam-se um repouso final para as moscas, promovendo uma discussão sobre a conscientização ambiental e dos excessos materiais e virtuais na vida cotidiana atual.

Selected installation to project Vitrinas Metro Trianon / MASP curator Regina Silveira. 2014.

In the styrofoam trays are glued images from a variety of flies found on the internet. There is a growing presence of these trays in the food trade, so the trays become a final rest to the flies, promoting a discussion on environmental awareness and virtual excesses in the current everyday life.

Artista: Alexandra Ungern

Artista: Alexandra Ungern

video projetado no teto | video projected on the celing

2021
Artista: Alexandra Ungern

O que esta do lado de fora, fora do corpo, o que não chega aos olhos, o mundo micro, a vida e a morte… humilde. O mundo invisível, que passa despercebido, o tempo humano, o tempo da natureza do início e o fim da vida. O mistério, o invisível, o inefável.
O não ao “eu” … o sim ao múltiplo. Estamos interconectados com tudo ao nosso redor tornando visível o invisível.
Vida correndo e de repente a morte.
A vida segue, mas de repente morte.
Não é sobre simplicidades. E sobre o que é precioso.